quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

ME MATAR-ME PELO MEU AUTO-SUICÍDIO


Matar-me... É claro que já pensei.

Pois, medo da morte nunca tive. Viver sim e assim me dá receios de continuar vivo.

Daí então só preciso decidir de que maneira farei minha transição última,  final e afinal.

Pensei em enforcar-me, pelo meu próprio e único pescoço. E já decidido, saí em busca de uma corda como elemento fundamental para executar meu intento. Estive em vários shoppings, procurei em vários sites de busca.  E tal qual não fora minha decepção em descobrir, que não existe corda para quem deseja usá-la para seu último ato de uso.
Pois as cordas que existem são feitas para: poço, puxar veículos enguiçados e balanço de crianças. E é sem espanto que notei que todas são fabricadas sem beleza, charme, elegância e o pior sem garantia comprovada por ex-suicidas.

É claro... Porque não um tiro único e fatal, e, como se trata de meu auto-suicídio, teria o tiro que ser certeiro e desferido por mim mesmo. E só de pensar no barulho que o mesmo faria no interior de meu ouvido e tímpano esquerdo e dá possibilidade de uma possível infecção purulenta, abandonei essa alternativa.

Eureca... Atirar-me do alto da Torre Eifel, do Cristo Redentor, do histórico Empire States ou de uma daquelas altas torres de Dubai. Só encontrei um problema, morro só de pensar em alturas.

Cortar os pulsos... Como não pensei nisso?! Novamente dois problemas surgiram o primeiro é que não suporto ver sangue e não fosse um dos fortes motivos tirar uma mancha de sangue de uma camisa branca de puro algodão é quase impossível. E o segundo seria o de ter que usar uma gilete e com isso pagar pelo absurdo que estão cobrando por uma lamina quase insignificante.        
Chequei ao cumulo de pensar em rasgar Euclides da Cunha e Jorge Amado na frente e na presença do doente pelos mesmos, Aristides Theodoro. Mas em seguida tirei tal pensamento de minha linda, iluminada, charmosa e humilde cabeça, pois minha alma não descasaria em saber que Aristides poetizasse, com tristeza, em suas escritas a maior das desgraças latinas. Se o ato fosse acontecido.

Enfim, como se todas as possibilidades falhas não fossem pouco. Tem as prestações do carro a serem pagas, tem a reunião na escola dos meus filhos, tenho horário marcado com a podólaga para extrair uma unha encravada. E como poderia viver sem os pasteis da feira de terça-feira e o dueto perfeito que o mesmo faz com o caldo de cana, e, da inseparável azia que ambos, deliciosamente, causam.

Enfim II, na verdade a minha não covardia, mas minha falta gritante de coragem em me auto-matar-me pelo meu próprio auto-suicídio. É a de ter a consciência que só de pensar em ficar embaixo da terra: sem companhia, sem acesso ao meu pingado e pão com manteiga, sem espaço, sem ar e em total escuridão, solidão e isolamento. Morreria definitivamente !!!
Suicidar-se é a forma mais perfeita de se auto-foder !!!

Cecél Garcia                                                                                                             Quase verão de 2012.


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Cecél Garcia